quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Rubor


Eu lembro. Foi ontem. Ou anteontem. Mas eu lembro bem. Tudo isso já aconteceu, eu sei que sei muito bem. E o que estão dando por ocorrido nunca sucedeu, na verdade.

Acham que me enganam. Será por causa dos óculos sobre o septo ou das rugas ou do caminhar cambaleante? Bem poderiam me respeitar, deixar-me só, à parte de tudo isso. Eu, que já não me deixo enganar...

"Aquele velho", devem cochichar em suas reunioezinhas, "aquele velho está aporrinhando. Está na hora de acabar com ele". Mas que venham, venham todos!!!

Venham com canhões, de baionetas em riste ou com artes marciais ou até ocultas: o que trago dentro de mim é inatingível, é metafísico.

Venham com as cores das mais variadas nações, que pra mim tanto faz: a mentira, além de perna curta, tem sempre a mesma cor: o rubor.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Something

Velho enxerido. Vem, faz isso com a gente e depois vai embora, como se nada tivesse acontecido.

Insensato, egoísta, covarde... não tem sentimentos, Sir Paul? São 50 mil pessoas!!! Alguns velhos, algumas crianças, todos a viver o resto de seus dias na agonia de não poder vê-lo novamente.

E agora, como ficamos? Abandonados à própria sorte, deserdados da tua companhia, escorraçados, em maltrapilhos, pisoteados pelas doces lembranças de uma certa noite de um certo domingo, a sonhar com o sonho que (diziam) havia acabado, mas que, sabemos bem, outros estarão sonhando em nosso lugar...

Digam-me todos vocês: como ficamos?


 


;)